No dia 14 de março (sexta-feira), o projeto Demonstradores 2.0 foi lançado em uma transmissão ao vivo que reuniu 300 participantes. A iniciativa faz parte da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), liderada pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep). O projeto é coordenado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Universidade Federal do ABC (UFABC).
Participaram do evento de lançamento a gerente de Programas da Fundep, Ana Eliza Braga, a pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e coordenadora técnica da Linha IV, Ana Paola Villalva Braga, o diretor de manufatura e materiais da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Carlos Sakuramoto, a vice-reitora do ITA, Emilia Villani, o pesquisador do ITA e coordenador-geral do projeto Demonstradores 2.0, Anderson Borille, e o professor da UFABC, André de Lima.
A expectativa é que a iniciativa dê continuidade ao trabalho realizado nos últimos quatro anos. Com isso, os pesquisadores poderão avaliar os impactos dos demonstradores criados na primeira etapa, aprimorar modelagens e protótipos e, assim, contribuir para a especialização das ferramentarias brasileiras.
RECONHECIMENTO E CONTINUIDADE

A segunda fase da iniciativa terá aporte total de até R$ 33,4 milhões, com execução de 36 meses. A primeira fase teve como resultado a identificação de oportunidades de melhoria, além de desafios tecnológicos e operacionais. Para avançar com o projeto, é preciso fortalecer o mercado brasileiro para competir com os principais concorrentes internacionais, que operam com custos e prazos de desenvolvimento significativamente menores.
A continuidade do Demonstradores é reconhecidamente ligada ao sucesso da primeira fase da inciativa, ponto que a gerente de Programas da Fundep, Ana Eliza Braga, reitera. “A nova etapa, nomeada como Demonstradores 2.0, obteve o aval do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para receber novos investimentos. Isso demonstra o bom trabalho executado e a credibilidade que o projeto conquistou ao longo dos anos em um setor muito importante para o país”, comenta a gerente.
ESFORÇO COLETIVO
Emilia Villani reforçou que o diferencial do projeto foi o trabalho multidisciplinar e colaborativo. “A parceria entre o ITA e a FVG foi um importante fator de sucesso. A primeira instituição ficou responsável pelo processo de construção de demonstradores na perspectiva do engenheiro, enquanto a FGV se debruçou sobre as questões de gestão e os diagnósticos de competitividade. Os gargalos identificados surgem na interseção desses dois contextos”, disse a vice-reitora.
A UFABC é uma ICT parceira do projeto Demonstradores 2.0 e foi representada no evento pelo professor e pesquisador André de Lima, que detalhou alguns dos planos futuros. “O novo modelo de operação será baseado em empresas especialistas em cada fase do desenvolvimento do ferramental, suportadas por uma plataforma digital. Nosso objetivo é coectar compradores e fornecedores da cadeia para reduzir a ociosidade, tempo e custo de cotação. Além disso, será possível qualificar fornecedores, promover uma política de pagamento mais acessível e difundir conhecimento”, conta o pesquisador.
Quer participar do projeto?
As empresas e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), interessadas em conhecer mais e fazer parte da inciativa, podem preencher o formulário online.
SAIBA MAIS SOBRE O PROJETO

Um demonstrador é um protótipo ou modelo produzido com o objetivo de evidenciar e avaliar a capacidade de processos, tecnologias ou produtos dentro de um determinado setor. No contexto do projeto de Demonstradores, especialmente no que se refere ao setor de ferramentarias, o demonstrador se traduz em um experimento prático que permite identificar problemas, testar soluções e otimizar processos de fabricação.
A pesquisadora do IPT e coordenadora técnica da Linha IV do Mover, Ana Paola Villalva, explica que o uso de demonstradores dentro do projeto permite uma avaliação científica e isenta. “Os demonstradores funcionam como uma forma controlada de identificar os gargalos que impactam a produção. Um exemplo disso é a falta de padronização e os problemas no fluxo de caixa, além de defeitos na matéria-prima, identificados no primeiro ciclo”, comenta Paola.
SUPERANDO DESAFIOS
Entre os principais desafios estão os indicadores de baixo desempenho em áreas como gestão, competitividade ou tecnologia. Existem problemas como organização do fluxo de caixa, dificuldade para atualizar equipamentos e, por consequência, a capacidade de competir no mercado é afetada.
Anderson Borille, pesquisador do ITA e coordenador-geral do projeto, ressalta que, diante dos obstáculos, é preciso inspirar a proposta de um novo modelo de operação. Segundo ele, para que isso ocorra, as ferramentarias precisam se especializar em etapas específicas do processo, o que permitirá uma gestão mais eficiente e um desenvolvimento tecnológico mais focado.
EXPECTATIVAS PARA A FASE 2.0
Após gerar diagnósticos aprofundados e mensuráveis na primeira fase, é hora de dar tratativas para as dificuldades mapeadas, principalmente com a implementação de melhorias no processo produtivo.
O diretor de manufatura e materiais da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Carlos Sakuramoto, reforça que essa não é uma tarefa simples, já que são mais de 30 projetos dentro da iniciativa. A expectativa dele é que, com os resultados das ações desenvolvidas, a produção se torne mais eficiente e de maior qualidade.
“Estamos prevendo diversos subprojetos, como os de otimização de processos e de usinagem, com o objetivo de reduzir o tempo de desenvolvimento do ferramental. O importante é ter uma quantidade suficiente de ferramentas no Brasil para atender à demanda das montadoras”, explica Sakuramoto.
Entre os resultados esperados na segunda fase, Sakuramoto inclui um desenvolvimento do mercado brasileiro que faça frente aos principais concorrentes internacionais. “O verdadeiro concorrente das ferramentarias não são as que estão na cidade ao lado, mas as que estão do outro lado do oceano, que oferecem custos e prazos de desenvolvimento muito menores. Precisamos nos unir para atender a nossa demanda coletiva”, concluiu.
Sobre a Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas
A Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas tem como propósito superar os desafios enfrentados por ferramentarias com baixa produtividade e defasagem tecnológica. O foco é capacitar a cadeia de ferramentais de produtos automotivos, visando alcançar competitividade em nível global.
Alinhada ao compromisso de neoindustrialização, centrada na inovação, a frente de atuação concentra suas iniciativas na otimização de prazo, custo e qualidade ao longo das diferentes fases do ciclo de vida de produção de ferramentais.
Dessa forma, busca-se capacitar as ferramentarias brasileiras não apenas para atender à demanda nacional na fabricação de veículos, mas também para conquistar uma posição destacada no mercado global.
Liderada pela Fundep, a Linha IV tem coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
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