A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) lançou nesta quinta-feira, 15, a nova chamada pública de PD&I da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, do programa Rota 2030. Serão aportados até R$ 15 milhões em projetos de Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), em parceria com empresas e startups de todo o Brasil. O anúncio foi realizado em Live da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
O objetivo da chamada é fomentar o intercâmbio científico e tecnológico entre grupos de pesquisa e a cadeia automotiva para o desenvolvimento de programas de capacitação técnico, científico e gerencial para elevar a produtividade e competitividade da cadeia nacional de ferramentaria ao patamar mundial. Esta é a segunda chamada de PD&I lançada pela Linha IV. Já estão em desenvolvimento nove projetos de PD&I, com o aporte de R$ 29 milhões da Fundep (clique aqui e confira os projetos).
Participaram da live de lançamento: a coordenadora de programas da Fundep, Ana Eliza Braga; a pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT); Ana Paola Villalva Braga, que integra a Coordenação Técnica da Linha IV; o gerente de Tecnologia e Inovação da Engenharia de Manufatura da GM América do Sul e membro do Comitê Técnico da Linha IV, Carlos Sakuramoto; e o diretor da AEA, Anderson Suzuki.
A pesquisadora do IPT, Ana Paola, destaca que a chamada está dividia em dois eixos. “O Eixo I, de aperfeiçoamento e implementação, é voltado para projetos de com TRL mais alta, que começam em 6 a 7, de protótipo em ambiente relevante ou ambiente operacional, partindo para uma aplicação mais prática. São projetos voltados para resolver um problema, que possui um conhecimento cientifico mais robusto e preparado para um desafio da indústria. Para este eixo, a Fundep fará um aporte financeiro de até R$1,5 milhão por proposta. O Eixo II é um modelo que já estamos praticando, de desenvolvimento de demonstradores. São projetos que vão pegar um caso real, de uma peça em escala real, e reproduzir passo-a-passo da produção do ferramental, para observar pontualmente quais são os gargalos tecnológicos, de produção e administrativos. Identificar o que representa custo e o que representa prazo dentro de uma produção ferramental de ponta a ponta. Para o Eixo II, a Fundep dispõe de até R$ 3,5 milhões por projeto”, explica.
Cada eixo da chamada possui linhas temáticas específicas. O prazo de execução é de 18 meses para os projetos dos dois eixos.
DETALHES DA CHAMADA
QUEM PODE PARTICIPAR
Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), em parceria com empresas e startups de todo o Brasil.
EIXOS DA CHAMADA
As propostas de projetos deste eixo devem estar enquadradas em TRL (Technology Readiness Level NBR ISO 16290: 2015) a partir de 6 a 7 (“Demonstração de funções críticas de protótipo em ambiente relevante” a “Demonstração de protótipo do sistema em ambiente operacional”). Confira as linhas temáticas:
a) Linha temática 1 – Fundição de semiacabado para matriz de estampagem:
Soluções tangíveis visando à melhoria da qualidade da peça fundida quanto a nível de defeitos (porosidade, trincas ), sobremetal para usinagem e empenamento, bem como à redução de custo e de lead time.
b) Linha temática 2 – Usinagem:
Soluções que visem a melhoria das etapas de usinagem de moldes, matrizes e dispositivos, utilizando recursos e/ou abordagens novos para a empresa, tais como, mas não limitados a: máquinas e ferramentas de corte, dispositivos de fixação e auxiliares, fluidos de corte, aplicativos de software e estratégias de operação.
c) Linha temática 3 – Montagem:
Soluções que visem à melhoria das etapas de montagem e try out de moldes, matrizes e dispositivos, utilizando recursos e/ou abordagens novos para a empresa, tais como, mas não limitados a: abordagens construtivas diferenciadas (Projeto para Montagem e Fabricação – DFMA), conceitos inovadores de montagem, dispositivos e/ou sistemas de inspeção e controle de qualidade, dispositivos e/ou sensores para preparação ou conectividade de indústria 4.0.
As propostas de projetos deste eixo devem caracterizar-se por uma ação que visa à consolidação, harmonização e difusão dos atuais conhecimentos, competências e boas práticas já existentes no setor ferramenteiro brasileiro. Espera-se criar uma métrica para que resultados quantitativos possam ser medidos em relação ao aumento de competitividade (redução de custos, redução de tempos produtivos, melhoria de qualidade etc.) e que os conhecimentos interdisciplinares relativos à complexidade da temática sejam difundidos de uma maneira holística a todos os stakeholders da cadeia.
Os demonstradores devem ser balizas para identificar, entre outros, os gargalos atuais: tecnológicos, metodológicos e organizacionais. Tais identificações deverão, ao longo do programa, subsidiar novas chamadas públicas para pesquisas e desenvolvimentos relativos à competitividade do setor. Ainda, ao final do programa, ao se avaliarem novas soluções desenvolvidas, espera-se ter uma base de comparação para que possam ser medidos os impactos gerados.
Conheça as linhas temática de demonstradores:
a) Demonstrador 1- Estampagem a quente:
Processo de construção de um ferramental para o processo de estampagem a quente, envolvendo o planejamento das etapas de aquecimento de blanks, estampagem, resfriamento e operações finais, como cortes e furações.
b) Demonstrador 2- Estampagem progressiva:
Processo de construção de um ferramental com diferentes etapas de conformação sucessivas, para operação simultânea de diversos blanks em estágios progressivos.
c) Demonstrador 3- Moldagem por injeção de termoplásticos:
Processo de construção de um ferramental para fabricação de peças termoplásticas pelo método de injeção, envolvendo o planejamento das etapas de injeção, resfriamento e extração.
APORTE FINANCEIRO
A previsão de aporte financeiro, pela Fundep, será de até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), para cada um dos projetos do Eixo I: Projetos de aperfeiçoamento e implementação, e até R$ 3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais), para cada um dos projetos do Eixo II: Desenvolvimento a partir de demonstradores.
A previsão é investir um valor global de até R$ 15 milhões.
CONTRAPARTIDAS
CRONOGRAMA
COMO SUBMETER PROPOSTAS
As pré-propostas podem ser submetidas pelo Coordenador Geral a partir do dia 03/05/2021. O prazo vai até 31/05/2021. O processo de submissão é realizado por meio de sistema disponibilizado pela Fundep.
REDE DE COOPERAÇÃO EM PD&I
Uma novidade nesta chamada pública é o apoio da Rede de Cooperação em PD&I. A Iniciativa firmada entre a Fundep e o Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONFIES) irá potencializar o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica no âmbito da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras mais Competitivas, do Programa Rota 2030.
A ação irá fortalecer a conexão entre Fundações de Apoio, Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e empresas da cadeia automotiva para o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica. Essa conexão será estimulada a partir do Conecta Rota, uma plataforma para cadastrar desafios e oportunidades para o desenvolvimento de inovações tecnológicas aderentes às Linhas IV e V do programa.
PROJETOS EM ANDAMENTO
Esta é a segunda chamada de PD&I lançada pela Linha IV. Já estão em desenvolvimento nove projetos de PD&I, com o aporte de R$ 29 milhões da Fundep.
SOBRE O ROTA 2030
O Rota 2030 é um programa do Governo Federal com o objetivo de ampliar a competitividade e a capacidade produtiva da indústria automotiva nacional.
Com metas mensuráveis, cada ciclo do Programa conduzirá as empresas em uma trajetória de adaptação aos novos instrumentos, estímulo para a programação dos investimentos e reorientação para os próximos passos.
Assim, a iniciativa abre um cenário de oportunidades para as empresas do setor investirem no desenvolvimento e na aplicação de novas tecnologias, consolidando um modelo fabril competitivo e inserido na produção global de veículos automotores.
SOBRE A LINHA IV
O setor ferramenteiro está em destaque no Programa Rota 2030. A Linha IV – Ferramentarias Brasileiras mais Competitivas visa solucionar as dificuldades de empresas com baixa produtividade e defasagem tecnológica, capacitando a cadeia de ferramental de produtos automotivos para atingir competitividade em nível mundial.
A partir da aliança entre os principais atores que representam o conhecimento do setor (empresas, entidades representativas e Instituições de Ciência e Tecnologia – ICTs), serão habilitadas as competências necessárias para capacitar a cadeia de ferramentarias.
A coordenação técnica da Linha IV é do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).