Imersão e colaboração marcam workshop da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas

Categoria: Eventos, Linha IV

Quais são os desafios e demandas que movem o setor automotivo e de ferramental? O Workshop In Lab reuniu representantes de empresas, ICTs e gestores de projetos de PD&I para responder a esse questionamento por meio de painéis técnicos, dinâmicas de integração e ideação de projetos estratégicos. 

O encontro, promovido pela Fundação de Apoio da UFMG e o Laboratório de Materiais da UFSC (LabMat), aconteceu nos dias 4 e 5 de agosto, no Sapiens Parque, um complexo de inovação localizado em Florianópolis (SC).  

O objetivo foi promover o alinhamento dos coordenadores de projetos de PD&I da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, do programa Mover, com as demandas estratégicas da indústria automotiva nacional, além de fortalecer conexões, compartilhar conhecimentos técnicos e articular novas frentes de inovação. 

A gerente de Programas da Fundep, Ana Eliza Braga, avalia a pertinência do evento para o momento do setor e do Programa Mover. “O Workshop In Lab foi uma iniciativa fundamental para promover o alinhamento entre os diversos atores envolvidos na Linha IV. Essa imersão não só fortalece as parcerias existentes, como também estimula a geração de novas ideias que possam atender às demandas reais da indústria automotiva nacional, contribuindo para a competitividade das ferramentarias brasileiras em um cenário global cada vez mais exigente”, afirma.

Ferramentarias em foco

O primeiro dia de atividades foi pensado para preparar os pesquisadores para as discussões de cunho prático, que foram instigadas por meio de quatro dinâmicas aplicadas no segundo dia de evento.  

Para isso, a equipe coordenadora da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras mais Competitivas, representada pela gerente de Programas da Fundep, Ana Eliza Braga, e pela coordenadora técnica e pesquisadora do IPT, Ana Paola Villalva, recapitularam as atividades do Programa Prioritário desde o seu lançamento, além de apresentar perspectivas futuras no segundo ciclo da Linha IV. 

Apresentação de Carlos Sakuramoto, diretor da AEA.

Painéis técnicos apresentaram projetos de grande relevância, como o PlasmaTech, representado pelo professor Cristiano Binder, da UFSC; o FERA II, com a participação do pesquisador Ronnie Rego, do ITA; e o Demonstradores 2.0, conduzido pelo professor Anderson Borille, também do ITA. Essas contribuições foram fundamentais para inspirar outros pesquisadores a ampliar o impacto de suas próprias iniciativas. 

Para finalizar a rodada de alinhamento, o diretor de Manufatura da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Carlos Sakuramoto, promoveu uma reflexão sobre a expressividade dos projetos de PD&I da Linha IV, a partir de uma síntese técnica baseada nos dados enviados pelos coordenadores dos projetos.  

Sakuramoto ressaltou que a Linha IV do programa Mover se diferencia por sua complexidade e abrangência setorial. “O desafio da Linha IV é trabalhar o setor inteiro. Estamos falando de cerca de 4 mil ferramentarias no Brasil”, afirmou. Segundo ele, enquanto outras linhas de fomento geram resultados mais imediatos, a Linha IV exige articulação ampla e resultados que beneficiem toda a cadeia produtiva. 

Para ele, é importante apresentar resultados que comprovem impacto real e sustentável em todo o setor. “Somos constantemente questionados sobre o destino dos grandes investimentos”, relatou, reforçando que a avaliação deve evidenciar transformações que promovam maior integração e competitividade em toda a cadeia produtiva. 

Essa reflexão, somada à palestra de Sakuramoto sobre a Carroceria do Futuro, encerrou o primeiro dia de discussões, que serviram de insumo para o processo de ideação promovido no segundo dia de atividades. 

Perspectiva do governo para a Linha IV

Durante o segundo dia da programação, a diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Margarete Gandini, apresentou a visão do governo sobre a relevância estratégica do setor de ferramentaria. Segundo ela, essa cadeia produtiva é fundamental para a competitividade da indústria automotiva nacional e, por isso, foi incluída como um dos programas prioritários da política automotiva.  

Gandini destaca que o novo ciclo do programa Mover prevê um volume maior de recursos destinados ao capítulo da política pública. “No primeiro ciclo, a média anual foi de R$ 300 milhões em aportes nos programas prioritários. Agora, a expectativa é alcançar cerca de R$ 500 milhões por ano, a depender da dinamicidade do setor”, explica. Ela reforça que, especialmente na Linha IV, um dos objetivos é fazer com que esses recursos cheguem às pequenas e médias empresas, estimulando a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação de forma descentralizada. 

Para a diretora, a integração entre empresas, universidades e centros de pesquisa é essencial para superar desafios técnicos e estruturais. Ao elogiar a proposta do Workshop In Lab, Gandini destacou o papel integrador da iniciativa. “Encontros como este são oportunidades de fortalecer as iniciativas em andamento e ampliar seus resultados, com uma abordagem colaborativa e sistêmica que envolva os atores do setor”, completa. 

Momento mão na massa

O segundo dia do Workshop Conecta Mover foi dedicado à construção coletiva de soluções para os desafios da indústria automotiva nacional. A programação intensa começou com a recepção dos participantes e seguiu com uma série de dinâmicas práticas, que estimularam a colaboração entre os participantes. 

Logo pela manhã, os grupos trabalharam, com o suporte da equipe do InPETU Hub,  no mapeamento da rede de colaboração e competências, seguido por um momento de insights e registros de desafios sobre a temática de ferramentarias.  

Durante todo o processo, as equipes contaram com o apoio do diretor de Manufatura da AEA, Carlos Sakuramoto, e da coordenadora técnica da Linha IV e pesquisadora do IPT, Ana Paola Villalva, que provocaram reflexões nos grupos de trabalho.

Além do Canvas de Desafios e do Mapeamento de Contatos e Competências, o evento teve como entregas dos grupos de trabalhos um Canvas de Projetos Estratégicos e um Roadmap Tecnológico.

As propostas foram refinadas e apresentadas em formato de “pitch”. Cada grupo teve cinco minutos para apresentar seu projeto, seguidos por cinco minutos de feedback dos mentores.

Para o analista de Programas da Fundep, Tiago Duarte, o workshop representou um marco importante para a frente de P&D da Linha IV. Segundo ele, pela primeira vez, foram reunidos todos os coordenadores de projetos financiados pelo programa, tanto encerrados quanto ainda em execução, para trabalharem em conjunto e pensarem em soluções que impactem ainda mais o setor. “A proposta do evento era tirar os pesquisadores de suas zonas de conforto, de seus temas específicos de interesse e de suas parcerias já consolidadas, para pensarem no setor ferramental como um todo. Para a Linha IV, a única de característica setorial do programa Mover, isso é fundamental”, comenta.

Tiago destaca que a experiência foi muito positiva. “As discussões foram riquíssimas, com muita colaboração e participação por parte dos pesquisadores, e ao final do evento chegamos a propostas concretas de novos projetos a serem desenvolvidos. As expectativas para o 2º Ciclo são as melhores possíveis”, conclui.

Sobre a Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas

A Linha IV –  Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas tem como propósito superar os desafios enfrentados por ferramentarias com baixa produtividade e defasagem tecnológica. O foco é capacitar a cadeia de ferramentais de produtos automotivos, visando alcançar competitividade em nível global. 

Alinhada ao compromisso de neoindustrialização, centrada na inovação, a frente de atuação concentra suas iniciativas na otimização de prazo, custo e qualidade ao longo das diferentes fases do ciclo de vida de produção de ferramentais. Dessa forma, busca-se capacitar as ferramentarias brasileiras não apenas para atender à demanda nacional na fabricação de veículos, mas também para conquistar uma posição destacada no mercado global. 

Liderada pela Fundep, a Linha IV tem coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). 

Compartilhe: