Dados apontam crescimento de mais de 13% nas vendas em relação a 2023
O mercado automotivo brasileiro registrou bons números no início de 2024. O total de carros vendidos no país em janeiro deste ano foi 13,1% maior do que o registrado no mesmo mês de 2023. Em relação ao emplacamento, cerca de 162 mil veículos passaram pelo processo no período, o que representa uma média de dias úteis de 7,6 mil unidades e um aumento de 16,9% em relação a janeiro passado.
Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e mostram que a produção nacional se manteve estável neste início de ano, com cerca de 152 mil veículos fabricados em um mês.
O crescimento do mercado foi impulsionado pelas vendas de automóveis e comerciais leves. Houve, também, recorde de participação de modelos híbridos e elétricos, que representaram 7,9% dos veículos licenciados em janeiro.
Em contrapartida, as vendas de veículos pesados, como ônibus e caminhões, tiveram queda de 32,1% e 21,4%, respectivamente. O movimento pode ser explicado pelo forte ritmo de emplacamentos em janeiro de 2023, gerado pela disponibilidade, nas redes de concessionários, de modelos mais acessíveis e com tecnologia anterior à mudança da fase do Proconve, o programa de controle de emissões veiculares.
Expectativas com o programa Mover
Outro destaque do setor foi o anúncio do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) pelo governo federal, em dezembro de 2023. A iniciativa visa apoiar o processo de descarbonização dos veículos brasileiros, além de estimular o desenvolvimento tecnológico e o aumento da competitividade global.
Criado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Mover substitui o programa Rota 2030, lançado em 2018, incentivando a evolução da indústria automotiva e da cadeia de autopeças, estabelecendo as bases para a redução das emissões de CO2 e prevendo a reciclagem de peças. A iniciativa, assim, contribui para incentivar a redução das emissões, os ganhos de eficiência energética e uma maior segurança veicular.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, afirma que a atração de investimentos demanda previsibilidade, credibilidade, segurança e crescimento econômico, elementos assegurados com a publicação do programa Mover e a recomposição do Imposto de Importação para modelos elétricos e híbridos. “O Mover traz uma política inteligente de incentivos à produção e P&D em solo brasileiro, com foco na descarbonização. A tudo isso se soma uma forte demanda reprimida no mercado nacional, que ainda tem um baixo índice de motorização per capita em relação a outros países.”
O Mover prevê incentivos que somam R$19,3 bilhões até 2028, com liberações anuais. Isso equivale a praticamente duplicar os aportes realizados durante o programa Rota 2030. Para ter acesso aos benefícios, as empresas do setor automotivo que produzem no Brasil devem investir em pesquisa e desenvolvimento ou inovação tecnológica no país.
Participação da Fundep
Em conformidade com os objetivos do programa Mover, a Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) está à frente de três iniciativas de descarbonização de veículos e desenvolvimento tecnológico. São elas:
Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas
Tem como propósito capacitar a cadeia de ferramentais de produtos automotivos, visando alcançar competitividade de classe global. Alinhada com o compromisso de neoindustrialização centrada na inovação, concentra suas iniciativas na otimização de prazo, custo e qualidade ao longo das diferentes fases do ciclo de vida de produção de ferramentais, buscando um padrão global para os mercados interno e externo.
Linha V – Biocombustíveis, Segurança e Propulsão Veicular
Desenvolve soluções em mobilidade por meio da eletrificação do powertrain veicular, em busca de eficiência energética; da utilização de biocombustíveis, visando à geração de energia; e da inovação em sistemas de proteção ativa e passiva, em prol da segurança dos passageiros. O objetivo é estimular a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias automotivas nacionais para aumentar a competitividade a partir de iniciativas colaborativas e do desenvolvimento de uma economia circular, contribuindo para reduzir o impacto ambiental com uma abordagem mais sustentável para a produção industrial.
Linha VI – Conectividade Veicular
Incentiva as iniciativas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), o desenvolvimento de novos modelos de negócios e a formação de pessoas para superar os desafios de mobilidade integrada, descarbonização e segurança de dados. O objetivo é gerar conexões capazes de criar e oferecer soluções transformadoras em infraestrutura de conectividade, conectividade a bordo do veículo e segurança e privacidade de dados. A atuação da frente tem foco no futuro de uma mobilidade cada vez mais conectada.
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