Evento apresenta resultados dos projetos desenvolvidos nas linhas IV, V e VI, coordenadas pela Fundep, além de traçar novos rumos para a iniciativa
Nos dias 25 e 26 de outubro, a Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) realiza a segunda edição do Rota Tech – Amostra Tecnológica do Rota 2030 no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo (SP).
O evento terá como foco as três linhas do Rota 2030 coordenadas pela Fundação: a Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas; a Linha V – Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão; e a Linha VI – Conectividade Veicular.
Indústrias, Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), startups, entidades representativas do setor e do governo estarão presentes para compartilhar experiências, mapear desafios e oportunidades e direcionar ações para impulsionar o desenvolvimento tecnológico e a competitividade da indústria automotiva nacional.
Para o presidente da Fundep, professor Jaime Arturo Ramírez, coordenar três linhas de pesquisa e desenvolvimento do programa é uma grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma grande satisfação. “Mais do que coordenar as Linhas IV, V e VI do Rota 2030, nosso papel tem sido conectar a indústria e instituições de pesquisa, incentivar a inovação tecnológica e conscientizar sobre a importância de buscar caminhos para nos mantermos fortes e competitivos no cenário global”.
Segundo ele, o Rota Tech comprova que esse trabalho vem dando certo. “O evento mostra que a cooperação e os esforços de todos os envolvidos têm resultado em soluções com grande potencial de transformação das nossas indústrias, atendendo ainda as demandas da sociedade e de um futuro sustentável.”
Programação
A programação técnica inclui 20 palestras e painéis com profissionais de competência destacada em diferentes frentes do setor automotivo, organizados em três trilhas de conteúdos: Trilha Ferramental, Trilha Mobilidade e Trilha Conectividade, relacionadas às Linhas IV, V e VI, respectivamente. Além disso, o público poderá conferir a exposição de 20 projetos de PD&I, e de iniciativas do programa para incentivar o desenvolvimento do setor.
A gestora de programas da Fundep, Ana Eliza Braga, afirma que a expectativa é dar maior visibilidade aos resultados do programa e as iniciativas do Rota 2030, além de discutir oportunidade de melhorias e os principais desafios. Além disso, ela considera o Rota Tech uma oportunidade para se ampliarem as possibilidades de novas conexões: “Muitas empresas que participaram ou ainda estão ativas no Rota 2030 já funcionam com uma nova perspectiva. Por sua vez, os resultados alcançados em todo o portfólio de projetos demonstram o potencial de inovação e adaptação das nossas indústrias e ICTs. Tudo isso é fruto da cooperação, dos investimentos e da sinergia entre os parceiros do programa”.
As instituições representativas do setor também desempenham um importante papel no Rota 2030. A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), por exemplo, vem contribuindo fortemente ao compartilhar informações e apoiar e incentivar a participação dos atores da cadeia nos projetos. Membro do Conselho Diretor da AEA e representante do Conselho Técnico da Linha IV, Anderson Borille marcou presença na primeira edição do Rota Tech. Ele afirma que, em recente avaliação dos projetos pela entidade, foram identificados pontos bastante interessantes.
“Por um lado, empresas e ICTs confirmaram os interesses mútuos e as vantagens da execução de tais projetos. Porém, avalia-se que há oportunidades para maximizar os resultados. Neste aspecto, eventos como o Rota Tech estão muito alinhados às necessidades, promovendo maior interação entre as partes”, destaca.
Cynthia Thamires, gerente de P&D da Hion Tecnologia, empresa parceira do projeto “Veículo híbrido-flex VHF-Urbano”, em execução no âmbito da Linha V, também esteve presente no Rota Tech 2022, evento que considera estratégico por reunir pesquisadores e empresas incentivadoras da inovação e da ciência de todo o Brasil.
“A ciência e a pesquisa estão sempre presentes nos desenvolvimentos e produtos da Hion Tecnologia, que foi fundada por pesquisadores e tem estes profissionais em seu time. Para nós, é muito importante participar de eventos como o Rota Tech, que, sem dúvida, fazem muita diferença para a evolução do nosso país.”
Vitrine de projetos
O Rota Tech é um momento de grande expectativa para as equipes desenvolvedoras e para as empresas parceiras, pois gera visibilidade e abrangência às ações. De acordo com a pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Ana Paola Villalva Braga, responsável pela coordenação técnica da Linha IV, no Rota Tech as pessoas terão uma visão mais clara e atualizada das ações realizadas para tornar as ferramentarias mais competitivas.
“Mostraremos os projetos para implementação de novas tecnologias nas ferramentarias que estão recebendo apoio de nossos consultores, os cursos técnicos para aperfeiçoamento profissional e as ações de empreendedorismo com startups”, ressalta. Segundo ela, os ICTs e as empresas que estão desenvolvendo novas tecnologias na fabricação de ferramentas também terão espaço, nas palestras e nos estandes, para mostrar os resultados das pesquisas financiadas pelo programa. “O público terá acesso aos professores e pesquisadores que têm um novo olhar sobre o setor ferramenteiro, podendo apresentar suas demandas para os próximos projetos”.
A professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Mona Lisa Moura, integrante da coordenação técnica da Linha V, pontua que as conexões entre mais de 70 empresas e 50 ICTs têm sido fundamentais para construir e transferir conhecimento e tecnologias e para acelerar a inovação do setor em todo o território nacional, em total alinhamento com as demandas tecnológicas da indústria. “São mais de 70 projetos de PD&I que estão em diversos níveis de maturidade tecnológica, com desde desenvolvimentos de baterias e células até o trabalho para criar tecnologias em “motores verdes”, sistemas e dispositivos para uso em segurança veicular, entre outros”.
A Linha V também tem atuado no desenvolvimento de competências, como nas chamadas de formação em temas estratégicos do Rota 2030. “Nos últimos anos, foram ofertados cursos de curta e média duração, com qualificação especializada de profissionais para todo o território nacional. Também foi elaborado o Roadmap tecnológico e outras ações que contribuem para pavimentar caminhos para os próximos passos do programa”, complementa a professora.
De acordo com o Frederico Gadelha, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro pela coordenação técnica da Linha VI, o Rota Tech permite pensar os desafios para o setor e explorar fronteiras tecnológicas. Ele antecipa que, no Rota Tech de 2023, a Linha VI irá destacar a metodologia de Aprendizado Federado, uma técnica de aprendizado de máquina que busca preservar a privacidade e a segurança dos dados em um ambiente colaborativo. “O Aprendizado Federado faz parte da iniciativa do Eixo 2 da Linha VI, em que estamos desenvolvendo uma plataforma para ser utilizada pelas empresas e ICTs. Haverá editais específicos para financiamento de projetos em conectividade veicular com a temática de proteção e privacidade de dados dos veículos”, informa.
O professor explica o desenvolvimento de um modelo centralizado, capaz de aprender e classificar o comportamento do motorista a partir do monitoramento de dados coletados por sensores durante a direção, será apresentado como exemplo. Também será discutido de que maneira a aplicação pode impactar o desenvolvimento de novos negócios no contexto de veículos conectados. “Temos boas expectativas, tendo em vista os resultados dos projetos já aprovados no primeiro edital da Linha VI e outras iniciativas que poderão ser financiadas nos próximos editais, já que a conectividade automotiva é uma nova fronteira a ser explorada pela indústria”, sinaliza.
Realização
O Rota Tech é realizado pela Fundep, com apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Centro Universitário FEI, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) e Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer).