Com o ITA como proponente, iniciativa faz parte da Linha IV do programa Rota 2030
O projeto FERA – Ferramentas Manufaturadas Aditivamente teve novo reconhecimento: durante o Encontro Nacional das Coordenadoras do Programa Rota 2030 (ENACOOP 2030), em São Caetano do Sul (SP), recebeu o prêmio de iniciativa com maior número de empresas participantes no âmbito da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas do programa Rota 2030, coordenada pela Fundep. Em maio, o trabalho também foi destaque na conferência AMUG 23 – Additive Manufacturing Users Group, realizada em Chicago, nos Estados Unidos. Vinte e seis empresas da cadeia automotiva e três Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) atuam para a execução da proposta, que tem como proponente o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Contribuir para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras em Manufatura Aditiva (MA) metálica dedicadas ao aumento da competitividade das ferramentarias brasileiras é o objetivo do FERA. Para tanto, tecnologias de MA metálica serão desenvolvidas e validadas em escala laboratorial (TRL 4), de acordo com objetivos específicos de competitividade e em um período de três anos.
O coordenador-geral da iniciativa, Prof. Dr. Ronnie Rodrigo Rego, do ITA, explica que o FERA traz diversos benefícios para as empresas participantes, como o conhecimento dos limites tecnológicos e das vantagens da MA metálica, a geração de negócios entre os parceiros, a ampliação de portfólio de produtos e o aumento da competitividade global. “Queremos diminuir tempo de fabricação de ferramental, aumentar desempenho de ferramentas e reduzir custos associados.”
As melhorias promovidas pelo trabalho já são evidenciadas. Demonstradores foram implantados em três linhas referentes à construção e ao reparo de ferramentas, viabilizando instrumentos com redução de massa, aumento da ergonomia, sistematização de processo de reparo e ganho de desempenho durante a fase de conformação. “Também entregamos um relatório de benchmarking, contendo análise do cenário tecnológico brasileiro e de negócios na perspectiva da manufatura aditiva, em comparação com o cenário na Alemanha”, relata o professor.
O coordenador-geral destaca que o resultado no ENACOOP significa reconhecimento e esperança. “É a premiação de um trabalho de prospecção coletiva e mostra à comunidade que o esforço é altamente recompensador, inspirando outros projetos semelhantes para o setor, a indústria e o Brasil.”
Parcerias estratégicas
O trabalho tem sido desenvolvido em conjunto pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), o Instituto Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser (ISI Laser) e o Instituto Fraunhofer IPK. “As parcerias representam fidelidade ao desafio e à alavancagem de recursos para o projeto. Ao envolver tantas empresas da cadeia automotiva, estamos mais seguros que as entregas serão efetivamente úteis aos desafios reais da indústria automotiva brasileira”, explica o coordenador-geral do FERA.
Uma das empresas parceiras é a Höganäs, líder mundial no mercado de pós-metálicos e ferro. O trabalho junto ao FERA começou em 2020 e, de lá para cá, “a empresa tem amadurecido tecnologicamente quanto à manufatura aditiva no Brasil”, como avalia o gerente de Engenharia de Desenvolvimento & Aplicação da Höganäs, Eduardo Tavares Galvani. Segundo ele, além de fomentar as aplicações baseadas nas tecnologias de manufatura aditiva em território nacional, o projeto FERA estabeleceu um coeso relacionamento entre os participantes da cadeia de ferramentarias. “Poder acessar e participar de todos os níveis de aplicação é de grande valia para nós, como produtores de matéria-prima”. O gerente complementa que a perspectiva para a empresa é a disseminação tecnológica, que comprovadamente estimula a competitividade em toda a cadeia automotiva e é um vetor de oportunidades futuras de negócios.
Também parceira do projeto desde seu início, a Farcco é especializada na manutenção de centros de usinagem e tornos CNC. O objetivo da empresa no FERA é fornecer conhecimento, consultoria e engenharia. Para o diretor Fabio Sanches Sant´Ana, a participação na iniciativa tem proporcionado aumento das operações da empresa e mais interação com a indústria brasileira no fornecimento dessa tecnologia. “Os demonstradores avançaram muito e todos estão em fase de aplicação, construção ou teste.” Ele ressalta as mudanças positivas na colaboração entre indústria e academia. “A integração entre as diversas empresas e as ICTs fez com que o sistema de controle de projetos e a capacidade do grupo de avançar trouxessem para nós, do mercado, a certeza de que novos projetos virão e que aqueles em andamento serão bem-sucedidos”, avalia.
Informações sobre o projeto:
FERA – Ferramentas Manufaturadas Aditivamente
Proponente: Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA
Coordenador-geral: Ronnie Rodrigo Rego
Aporte Fundep: R$ 5,9 milhões
Contrapartidas: R$ 5,6 milhões
ICTs associadas: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT); Instituto Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser (ISI Laser); Instituto Fraunhofer IPK de Berlim.
Empresas participantes: FCA Fiat Chrysler Automóveis Brasil; Ford Motor Company Brasil; General Motors do Brasil; Mercedes-Benz do Brasil; Peugeot Citroen Automóveis do Brasil Ltda.; Alkimat Tecnologia Ltda.; Blaser Swisslube do Brasil Ltda.; Robert Bosch do Brasil Ltda.; Casafer Comercial Importadora Ltda.; Companhia Industrial de Peças; Emicol Eletroeletrônica SA; Farcco Tecnologia Industrial Ltda; Höganäs Brasil Ltda.; Indab Indústria Metalúrgica Ltda.; JR Oliveira Indústria Metalúrgica Ltda.; Iochpe Maxion SA; Niken Indústria e Comércio Metalúrgica Ltda.; Indústrias Romi SA; Rosler Otec do Brasil Ltda.; Sabó Indústria e Comércio de Autopeças SA; Star SU Indústria de Ferramentas Ltda.; STIHL Ferramentas Motorizadas Ltda.; Missler Software Brasil Comércio de Softwares Ltda.; VAS Tecnologia Industrial Eireli EPP; VirtualCAE Comércio de Serviços de Sistemas Ltda.; Welle Tecnologia Laser AS.
SOBRE A LINHA IV
O setor ferramenteiro é um dos grandes destaques do programa Rota 2030. Coordenada pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep), com coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), a Linha IV – Ferramentarias Brasileiras mais Competitivas tem o objetivo é solucionar as dificuldades de ferramentarias com baixa produtividade e defasagem tecnológica, capacitando a cadeia de ferramental de produtos automotivos para atingir competitividade em nível mundial.
A partir da aliança entre os principais atores que representam o conhecimento do setor (ferramentarias, montadoras, Instituições de Ciência e Tecnologia – ICTs, startups e entidades representativas), serão habilitadas as competências necessárias para capacitar a cadeia ferramental brasileira.
A proposta é oferecer soluções capazes de integrar a cadeia tecnológica de ferramental, por meio do aumento da produtividade e da competitividade. A Linha IV vem atuando em diversos eixos para alcançar os resultados esperados e promover a transformação necessária, tendo como indicadores a elevação do nível de qualidade e de confiabilidade dos produtos e o aumento do grau de prontidão e de maturidade tecnológica e organizacional, caracterizados pela percepção dos requisitos e restrições impostos pelo avanço da indústria 4.0
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