Projeto criará Centro multiusuário de manufatura, validação e certificação de baterias

Categoria: Linha V

Principal objetivo é superar desafios relacionados à produção do componente, essencial para aprimorar e impulsionar o ecossistema da mobilidade elétrica no Brasil

A eletrificação automotiva é uma das alternativas para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e promover uma mobilidade mais limpa e sustentável, já que veículos elétricos não emitem gases poluentes. Justamente para intensificar o desenvolvimento de baterias elétricas mais duradouras, eficientes e ecológicas é que foi criado o projeto Centro multiusuário de manufatura, validação e certificação de baterias. A iniciativa se propõe a impulsionar a pesquisa, a inovação tecnológica e o know-how para a produção de células individuais de baterias de Lítio e Sódio, contribuindo para aprimorar o ecossistema da mobilidade elétrica no Brasil.

Hudson Zanin, professor da FEEC/UNICAMP.

O trabalho foi selecionado pela Chamada Pública de Projetos Estratégicos para Desenvolvimento de Centros de Competências 01/2023 da Linha V – Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão, do programa Rota 2030, coordenada pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep). De acordo com o coordenador da iniciativa e professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC/UNICAMP), Hudson Zanin, o objetivo é criar tecnologias avançadas para a produção de baterias de alta capacidade confiáveis e formar mão de obra especializada para atuar nesse campo. “O projeto é altamente relevante para o setor automotivo e para os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) participantes, pois contribui para o desenvolvimento da inovação da indústria de baterias avançadas no Brasil, elevando sua competitividade e reduzindo incertezas em relação a esse mercado”, afirma.

Desafios da eletrificação 

As baterias desempenham um papel fundamental na viabilidade e desempenho dos veículos elétricos e híbridos. No entanto, os componentes representam paradoxos importantes dessa indústria, que promete ser um dos eixos da transição energética no Brasil. O alto valor de mercado, a durabilidade e a destinação final das baterias são algumas questões que ainda precisam ser resolvidas.

A Chamada Pública priorizou apoiar o desenvolvimento de tecnologias primordiais e estratégicas para o setor automotivo, como os componentes essenciais para uma transição energética, tais como células combustíveis e baterias. O projeto busca adequar os itens às normas internacionais vigentes, como UN38.3, UL1642, UL2054 e IEC 62133, e obter certificações relevantes, como ISO 9001, ISO 5001, ISO 14001 e ISO/IEC 17025.

A coordenadora técnica da Linha V, Ludmila Corrêa Alkmin e Silva, professora da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp (FEM/Unicamp), avalia que um dos desafios atuais para o desenvolvimento de tecnologias na área automotiva é a complexidade dos problemas abordados. “Em muitos casos, abordagens interdisciplinares e robustas necessitam de infraestruturas para resolver problemas complexos. Uma solução interessante usada mundialmente para conectar estes pares é a criação de centros de pesquisas avançadas multiusuários, que poderão atender às demandas por produtos e serviços cujos os resultados apresentem potencial de aplicação no mercado automotivo, buscando ativamente oportunidade de inovação.”

Os levantamentos dos desafios são feitos em parceria com 23 empresas e 4 ICTs de todo o Brasil, que contribuirão com sua expertise e consultoria e participarão ativamente de atividades de pesquisa e desenvolvimento (PD&I) e serviços relacionados à produção de baterias. “Essa colaboração será fundamental para impulsionar a tecnologia de baterias no Brasil e fortalecer a indústria nacional”, destaca Hudson Zanin.

Segundo ele, o projeto encontra-se em fase de contratação e os primeiros resultados, que incluem a consolidação do Centro de Manufatura de Baterias (CMB) e a antecipação da demanda por consumíveis, estão previstos para agosto de 2024. “Isso deve melhorar o desempenho da indústria brasileira, permitindo a produção nacional de baterias de alta capacidade, essenciais para a eletrificação dos transportes.”

SOBRE A LINHA V DO ROTA 2030 

A Linha V – Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão tem como diretriz a eletrificação do powertrain veicular para a alta eficiência energética, a utilização de biocombustíveis para a geração de energia e a adequação do contexto brasileiro de infraestrutura de abastecimento. 

A partir da aliança entre os principais atores que representam o conhecimento do setor (empresas, entidades representativas e Instituições de Ciência e Tecnologia – ICTs), serão habilitadas as competências necessárias para capacitar a cadeia automotiva. 

A Fundep é a coordenadora da Linha V. A Coordenação técnica é da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE). 

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