Na última quarta-feira (27/11), representantes da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizaram visitas técnicas em indústrias e ferramentarias da região de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
O objetivo das agendas foi realizar benchmarking das melhores práticas em ferramentarias, ouvir sobre dificuldades enfrentadas e compreender melhor as demandas de grandes empresas, que movimentam a economia local.
Esse é o caso da Marcopolo, multinacional brasileira fabricante de carrocerias de ônibus em funcionamento desde 1949, que teve sua primeira unidade alocada em Caxias do Sul.
A Marcopolo é responsável por grande quantidade de encomendas de moldes que saem de diversas ferramentarias do município. Só em 2023, as unidades brasileiras da Marcopolo produziram mais de 22 mil unidades de ônibus e microônibus, sendo que mais de 17 mil unidades abasteceram apenas o mercado interno.
Os representantes da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas conversaram com gestores da Marcopolo para compreender como o Programa Mover pode colaborar para que as ferramentarias locais continuem atendendo a multinacional com excelência.
BENCHMARKING EXTRA SETORIAL
Além da visita à montadora, os colaboradores da Fundep e pesquisadores do IPT também fizeram um tour pela fábrica da Grendene, a maior exportadora de calçados do Brasil e uma das maiores empresas de calçados da América Latina, presente em mais de 100 países. Apesar de não atender ao setor automotivo, a empresa possui uma ferramentaria que emprega tecnologias e processos avançados. A produção de moldes para injeção é 100% internalizada e a mão-de-obra local é treinada em parceria com a Grendene.
Os moldes que saem da Unidade Farroupilha (RS) são levados para produção seriada em outras unidades, especialmente na região nordeste do país. Dessa forma, a Grendene tem potencial para produzir cerca de 900 mil pares de calçados por dia. A unidade de Farroupilha produz cerca de 600 moldes por mês, com taxas de utilização de máquina acima de 85%. A alta produtividade se dá pelo desenvolvimento dos processos internos e automação de diversas etapas da confecção dos moldes.
O agente de relacionamento do Conecta Mais, Valdinei Correa, compartilha sua experiência durante os atendimentos realizados no 1º Ciclo, que culminaram na abertura de 189 jornadas no Conecta Mais Ferramentarias. “Grande parte das empresas atendidas na região de Caxias do Sul passam por dificuldades que as impedem a competitividade e alcançar uma maturidade como a que vimos na Grendene. Esperamos atingir um grau de maturidade que permita aos empresários implementar melhorias como essas em seus negócios”, explica.
A coordenadora técnica da Linha IV e pesquisadora do IPT, Ana Paola Villalva Braga, ressalta que, além do maquinário adequado e da aplicação de soluções tecnológicas, o sucesso da Grendene mostra a relevância de processos bem definidos. “É importante entender em quais contextos é adequado o uso de materiais e processos mais avançados e quais etapas se beneficiam da tecnologia de ponta. Vimos uma empresa de grande porte com processos financeiros, logísticos e de gestão extremamente bem desenvolvidos, mas que servem de exemplo a empresas de qualquer porte. Dessa forma, um investimento consegue chegar a seu potencial máximo de entrega”, comenta.
EXPECTATIVAS PARA O FUTURO
O diretor da Moldar Matrizes, Diogo Bazzi, e da EuroMoldes, Leandro Bizotto, empresas de Caxias do Sul que participam da plataforma Conecta Mais Ferramentarias, também receberam as equipes da Fundep e do IPT em suas dependências. Além de apresentar as linhas de produção, Leandro e Diogo reconheceram a importância do Programa Mover para as ferramentarias da região e para a evolução de seus próprios negócios.
Ambos elencam a automatização de processos como o próximo passo para mudar o patamar de suas empresas. Os empresários destacam que, para eles, a evolução das ferramentarias passa pela diminuição dos esforços operacionais e aumento do uso de sistemas autônomos. Eles também esperam que os demais empresários do setor apoiem soluções coletivas para promover avanços.
Leandro e Diogo seguem realizando melhorias de processo por meio da participação nas jornadas do Conecta Mais Ferramentarias, como consultorias de gestão econômica e atualização de softwares. Dessa forma, eles preparam suas empresas para que as mudanças, ligadas às novas tecnologias, possam ser implementadas em terreno fértil.
Sobre a Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas
A Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas tem como propósito superar os desafios enfrentados por ferramentarias com baixa produtividade e defasagem tecnológica. O foco é capacitar a cadeia de ferramentais de produtos automotivos, visando alcançar competitividade em nível global.
Alinhada ao compromisso de neoindustrialização, centrada na inovação, a frente de atuação concentra suas iniciativas na otimização de prazo, custo e qualidade ao longo das diferentes fases do ciclo de vida de produção de ferramentais. Dessa forma, busca-se capacitar as ferramentarias brasileiras não apenas para atender à demanda nacional na fabricação de veículos, mas também para conquistar uma posição destacada no mercado global.
Liderada pela Fundep, a Linha IV tem coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
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