Linha IV: Benchmarking internacional para ferramentarias brasileiras

Categoria: Linha IV, Rota 2030

A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – Fundep, coordenou um projeto de benchmarking organizacional e tecnológico aplicado em ferramentarias brasileiras para avaliar o desempenho atual do setor em comparação com os concorrentes mundiais, como a Alemanha e a China.

A iniciativa faz parte da linha IV do programa Rota 2030: Ferramentarias  Brasileiras Mais Competitivas, e dentre os principais objetivos está a busca de ações que promovam melhorias efetivas para a cadeia automotiva nacional e mais competitividade para o setor ferramenteiro.

O trabalho foi realizado em um período de 15 meses (13/11/2020 à 31/01/2022) e foi executado pelo Fraunhofer Institute for Production Technology e pela WBA (Aachener Werkzeugbau Akademie); em cooperação com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT –  e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA.

A pesquisa também contou com o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentarias (Abinfer), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), e da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).

Método utilizado no benchmarking:

Para a realização do benchmarking foi aplicado um método já consolidado pela WBA (Aachener Werkzeugbau Akademie) nas 8 ferramentarias brasileiras selecionadas pela Fundep. Além disso, foi realizado um treinamento com a equipe brasileira para a aplicação deste método utilizado na Alemanha, a fim obter resultados mais efetivos.

De acordo com Gabriel Vargas, pesquisador associado ao ITA, o método consiste basicamente em três pontos:

Comparar: Mais de 1 mil conjuntos de dados de ferramentarias alemãs e mais de 3 mil dados de indústrias de outros países foram utilizados para realizar a comparação com as empresas brasileiras.

Compilar: A partir da análise das informações, foi possível identificar quais são os principais pontos fortes e fracos das ferramentarias, com o objetivo de definir os principais campos de atuação para melhorar o desempenho das empresas.

Conduzir: Com os dados é possível definir linhas de ação e realizar a implementação de melhorias de forma direcionada e mais estratégica, tais como a utilização de recursos e redução do lead-time.

Escopo do projeto:

O pontapé inicial do benchmarking internacional (Kick-off do projeto) foi uma oportunidade para explicar os objetivos do projeto e a importância da participação e engajamento de todos para a obtenção dos dados.

As etapas do plano de trabalho foram divididas em: aplicação de um questionário com mais de 100  KPIs a serem avaliados pelas empresas, treinamento para especialistas locais de forma online; auditorias locais, revisões e tira-dúvidas;  avaliação das ferramentarias; apresentação dos resultados do benchmarking e dos principais pontos de melhorias.


Conheça a equipe executora:

Os resultados do benchmarking refletem a heterogeneidade da indústria

Para M. Sc. Christian Lürken, líder do projeto da WBA “o Brasil tem um amplo espectro de ferramentarias que coloca à disposição sua bastante completa expertise a uma grande faixa de setores industriais. Entretanto, independentemente de seu tamanho e conexões com o mercado, cada ferramentaria tem desafios específicos que precisam ser superados na operação de seus negócios. Possíveis gargalos financeiros são frequentemente apenas a ponta do iceberg para essas empresas.

A indústria precisa focar particularmente em fatores habilitadores, como equipamento tecnológico, fatores organizacionais, orientação estratégica e, certamente, os planos de carreira de seus empregados, com o propósito de se manterem competitivas a longo prazo. Uma importante ferramenta para determinar o plano de ação apropriado é uma comparação com outras empresas dessa mesma indústria.

Em conclusão, a indústria ferramenteira brasileira está em nível competitivo, possuindo várias ferramentarias em altos padrões europeus. De qualquer forma, as medidas corretas precisam ser implementadas para que permaneçam competitivas. Os objetivos-chave para essa indústria são a automação das operações mecanizadas de fabricação, processos eficientes e a implementação de soluções digitalizadas. Alavancando os pré-requisitos existentes, a indústria ferramenteira brasileira tem o potencial de atuar como fornecedora global de ferramentais.”

Visão estratégica sobre o setor ferramenteiro 

Segundo Ana Paola V. Braga, pesquisadora do IPT e coordenadora técnica do programa, o trabalho de benchmarking trouxe uma importante visão estratégica sobre o setor ferramenteiro brasileiro. A partir dessas informações confirmadas pelos dados levantados, será mais eficiente projetar ações dentro do Programa Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, usando o benchmarking como ferramenta estratégica para desenvolvimento das empresas.

As linhas de ações apontadas pelos institutos alemães para as empresas e para o setor trarão visão de curto, médio e longo prazo para a coordenação, que poderá concentrar esforços no desenvolvimento das frentes de formação, plataforma digital, empreendedorismo e na comunicação mais assertiva com as empresas.

Dentre os principais campos que precisam ser melhorados nas ferramentarias, estão:

  1. Orientação estratégica;
  2. Conceito de manufatura e plano de investimentos;
  3. Aumento da utilização de máquinas pela automação da manufatura;
  4. Processo digital para o acompanhamento dos pedidos e indústrias 4.0;
  5. Planejamento e agendamento da produção.


Próximos passos:

Com base nos resultados apresentados com o benchmarking, o objetivo agora é oferecer soluções que atendam às reais necessidades apontadas pelo setor. Dentre as oportunidades de atuação, estão: desenvolvimento de métodos de análise e de benchmarking específicos para as ferramentarias brasileiras, avaliações periódicas das empresas para refletir o desenvolvimento da indústria, treinamentos direcionados para consultores brasileiros com a WBA e consultorias contínuas e colaborativas para a qualificação do setor.

 

Confira depoimentos de quem participou deste projeto!

Ferramentaria: Union Moldes
Flávio Messas – Sócio / Diretor Financeiro e de Eng. Industrial

“O ano de 2021 foi extremamente desafiador em todos os setores da economia e, para nós da Union Moldes não foi diferente. A cada ano, aumenta nossa vontade de melhorar nossos processos internos a fim de que possamos ser mais eficientes, produtivos e competitivos frente aos grandes mercados.

Há 5 anos iniciamos uma luta ainda mais intensa contra todos os desperdícios internos. Nos desafiamos a implementar fundamentos da metodologia de Manufatura de Classe Mundial (WCM) em uma ferramentaria para criar uma cultura de melhoria contínua viva.

É com muita honra que participamos de um projeto de pesquisa e benchmarking mundial de ferramentarias, liderado pelo instituto alemão Fraunhofer e auditado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), do Brasil, onde conseguimos comprovar que a disciplina dessa jornada nos ajudou a sermos reconhecidos como uma das melhores ferramentarias do mundo no indicador de performance de usinagem.

Temos ciência de que precisamos continuar evoluindo em muitas outras áreas de nosso negócio e nosso propósito é encorajar e motivar os empresários das ferramentarias do Brasil para que possamos juntos continuar avançando no aumento de produtividade de nosso país”.

Ferramentaria: Estampo Tec Indústria e Comércio Ltda
Sergio Santos Proto – Diretor

“Acredito que o benchmarking nos permitirá direcionar nossas estratégias e ações na busca da competitividade para sobreviver em um mercado extremamente exigente e dinâmico, tanto doméstico quanto internacional. É, portanto, até mesmo uma questão de sobrevivência entender quais os pontos fortes e quais necessitam de melhoria na empresa através destas análises comparativas e seus resultados”.


Assista ao vídeo e saiba mais sobre essa iniciativa!

Para saber mais detalhes do benchmarking internacional, clique abaixo.

 

Compartilhe: