Workshop reúne parceiros de projetos aprovados no Rota 2030 para apresentar resultados e discutir soluções para melhorar a competitividade de ferramentarias
A Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) participou nesta quinta-feira (07/07) do 3º Workshop – Demonstradores para a Indústria Brasileira de Ferramentais, realizado pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP). O objetivo foi apresentar resultados de três projetos no Rota 2030 no âmbito da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas.
O evento faz parte de uma serie workshops realizados para avaliar os resultados e percepções gerados pelos projetos DEMESTAA e MISCAE, com coordenação geral do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e do DECOLAB, coordenado pela FGV. Com a participação de mais de 20 empresas do setor automotivo (montadoras, ferramentarias, sistemistas), os projetos desenvolvem demonstradores capazes de representar a capacidade industrial de ferramentarias.
Estiveram presentes no encontro, representando a Fundep, a coordenadora de Programas, Ana Eliza Braga, a analista de Negócios e Parcerias, Keren Bigão, e a pesquisadora de Desenvolvimento Tecnológico, Nayara Neres.
Durante a abertura, o diretor de Relações Governamentais da General Motors e vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Adriano Leite de Barros, destacou a importância da Linha IV do programa Rota 2030. “A ferramentaria é um setor muito importante para o país. Não há espaço para ter uma postura passiva, por isso agrada muito ver um movimento que reúne montadoras, ferramentarias e academia. A Linha IV, coordenada pela Fundep, é um exemplo: todos envolvidos com um mesmo proposito de aumentar a competitividade do setor”, destacou.
O professor da FGV EAESP, André Cherubini, apresentou os temas abordados no último workshop. Os pontos destacados foram soluções para atingir o mesmo padrão de competitividade das ferramentarias asiáticas; os benefícios de padronizar os componentes; como é possível estabelecer o compartilhamento de ativos entre as diferentes ferramentarias; e a construção de uma plataforma digital para integrar os diferentes elos da cadeia automotiva.
CONSTRUÇÃO COLABORATIVA
Após um alinhamento sobre a execução dos projetos e uma retrospectiva dos debates realizados nos workshops anteriores, os participantes foram divididos em grupos com a presença de representantes de ferramentarias, montadoras e academia para a construção colaborativa de soluções para ampliar a competitividade do setor ferramental.
As seguintes perguntas norteadoras foram elaboradas para apoiar a discussão:
- Como poderiam melhorar o fator prazo entre a relação montadora x ferramentaria?
- Como diminuir o gap de qualidade?
- É possível diminuir o gap de custo?
- Como reduzir as incertezas de fluxo de caixa entre a relação montadora x ferramentaria?
Os integrantes de cada grupo realizaram um trabalho de cocriação de soluções e estratégias para os temas discutidos.
COMISSÕES MISTAS
Com base nos temas debatidos nos workshops, foi apresentada a proposta de formar comissões mistas, com integrantes de montadoras e ferramentarias, para elaborar em conjunto um plano de ação e propor soluções para os seguintes temas:
- Plano de ação para compra coletiva. Ex. Papéis e responsabilidades; regras gerais;
- Plano de ação para padronização de componentes. Ex. Caderno de encargos; especialização de itens pequenos;
- Plano de ação para compartilhamento de ativos. Ex.: Mapa de possíveis bloqueios (tributário), fluxo de caixa;
- Fabricação especializada em aços (de corte, flange e sujeição).
Cada comissão possui cinco integrantes, escolhidos durante o workshop, e fará reuniões periódicas de acompanhamento. O objetivo é apresentar, para debate, uma proposta de plano de ação no prazo de um mês. De acordo com o gerente de Tecnologia e Inovação da Engenharia de Manufatura da General Motors, Carlos Sakuramoto, a estratégia é uma oportunidade única de agir. “Existe o comprometimento de montadoras e partes evolvidas. A proposta é pensar fora da caixa e propor soluções para fazer as coisas acontecerem e resolver as dificuldades do setor”, ressaltou.
PROJETOS DE DEMONSTRADORES
Os projetos DEMESTAA, MISCAE e DECOLAB têm o objetivo de construir demonstradores do processo de estampagem de Classe “A” e “B”, que sejam capazes de representar a capacidade industrial do setor brasileiro de ferramentarias e criar um ecossistema de integração setorial para discussão e inovação contínua.
Os demonstradores serão utilizados como referência para mapear o processo de construção do ferramental de estampagem, identificar gargalos tecnológicos, metodológicos e organizacionais, elaborar um diagnóstico de competitividade, difundir de forma sistemática e estruturada o conhecimento multidisciplinar relativo ao processo entre o setor de ferramentarias e sua cadeia de fornecimento.
A Fundep irá aportar aproximadamente R$ 10,1 milhões nesses projetos, por meio da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, do programa Rota 2030. A contrapartida econômica dos envolvidos é de R$ 12 milhões.
Saiba mais sobre os projetos:
DECOLAB – Demonstrador de Estampagem de Painel Estrutural – Coluna B
ICT responsável: FGV EAESP
Coordenador Geral: Luiz Carlos Di Serio
Quantidade de Empresas envolvidas: 18
Valor total: R$6.563.887,05
Previsão de término: 12/2022
DEMESTAA – Demonstrador de Estampagem de Superfícies Classe A
ICT responsável: do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
Coordenadora Geral: Emilia Villani
Quantidade de Empresas envolvidas: 21
Valor total: R$7.058.729,97
Previsão de término: 12/2022
MISCAE – Modelagem e Identificação de Defeitos em Superfícies Classe A e Estruturas Estampadas
ICT responsável: do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
Coordenador Geral: Alfredo Rocha de Faria
Quantidade de Empresas envolvidas: 20
Valor total: R$8.529.678,36
Previsão de término: 12/2023
SOBRE A LINHA IV
O setor ferramenteiro está em destaque no programa Rota 2030. A Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, coordenada pela Fundep, visa solucionar as dificuldades de empresas com baixa produtividade e defasagem tecnológica, capacitando a cadeia de ferramental de produtos automotivos para atingir competitividade em nível mundial.
A partir da aliança entre os principais atores que representam o conhecimento do setor (empresas, entidades representativas e Instituições de Ciência e Tecnologia – ICTs), serão habilitadas as competências necessárias para capacitar a cadeia de ferramentarias.
A coordenação técnica e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).