Enacoop discute tendências e oportunidades para o setor automotivo e marca o lançamento da nova Linha do programa Rota 2030: Conectividade Veicular
A Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) realizou nesta quinta-feira, dia 23 de junho, o Enacoop: Encontro Nacional das Coordenadoras do Programa Rota 2030, em parceria com a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). Presencial e gratuito, o encontro aconteceu na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e reuniu 143 pessoas, dentre eles representantes de empresas, Institutos de Ciência Tecnologia (ICTs), startups e entidades representativas do setor automotivo.
Entre os destaques do evento está o lançamento da Linha VI do Rota 2030 – Conectividade Veicular, sob coordenação geral da Fundep e coordenação técnica da UFMG, que possui a expectativa de investir R$ 200 milhões em ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação até 2026.
Os participantes também puderam conferir os principais resultados das coordenadoras do programa (Fundep, Senai, Finep e Embrapii), alguns dos incentivos fiscais que estão disponíveis para o acesso de empresas que desejam inovar e as principais estratégias de competitividade do setor automotivo, com a presença de representantes da Stellantis, Bosch, Voa Ferramentaria e UFMG.
Três salas temáticas também marcaram a programação do ENACOOP, com a presença de especialistas para falar sobre descomissionamento de veículos, redução de emissões veiculares de compostos orgânicos voláteis nos sistemas evaporativos e baterias de íons de lítio. O objetivo era entender o cenário atual e identificar novas demandas de projetos que possam atender as necessidades do setor, além de fomentar parcerias e estimular a inovação, o desenvolvimento e a competitividade das indústrias brasileiras.
Abertura oficial
Para compor a mesa da solenidade de abertura estiveram presentes a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, professora Sandra Regina Goulart Almeida, o vice-reitor da UFMG, professor Alessandro Fernandes Moreira, o presidente da Fundep, professor Jaime Arturo Ramírez, o diretor da Escola de Engenharia da UFMG, professor Cícero Murta Diniz Starling, o representante da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Leonardo Amaral, o coordenador de planejamento da Embrapii, Luciano Sousa, e a especialista em desenvolvimento industrial do Senai, Juliana Cardoso.
De acordo com a professora Sandra Regina Goulart Almeida, a universidade tem cada vez mais demandas de transferência tecnológica, e isso é parte e missão da UFMG. Neste sentido, a Fundep e o programa Rota 2030 são importantes parceiros para desenvolver e estimular a inovação capaz de promover impacto para toda a sociedade.
Para o presidente da Fundep, professor Jaime Arturo Ramírez, o programa Rota 2030 é um case de sucesso e deve servir de inspiração para os demais setores da nossa comunidade. “Para atender a tantas demandas, é importante envolver o governo, as empresas e todas as universidades, sejam elas federais, estaduais ou particulares, em busca de resultados mais efetivos”, destacou.
Lançamento da Linha VI: Conectividade Veicular
A Fundep foi aprovada pelo Ministério da Economia como a coordenadora geral da nova Linha do programa Rota 2030: Conectividade Veicular. O professor do departamento de Ciência da Computação da UFMG, Martín Gómez Ravetti, foi o responsável por apresentar quais são as linhas temáticas e a previsão de lançamento das chamadas públicas.
Entre os principais objetivos da linha VI estão: desenvolver e disponibilizar soluções e tecnologias em conectividade veicular; prover soluções em mobilidade integrada que possam contribuir para o alcance do resultado de metas ambientais e de políticas de redução de acidentes de trânsito e fomentar startups e novos negócios .
Os interessados já podem conferir informações em nosso site e têm ainda a oportunidade de garantir a participação no Workshop InLab Rota 2030, dia 19 de julho, para identificar as demandas tecnológicas do segmento automotivo que irão compor a Linha VI. Para realizar a sua inscrição clique aqui.
Impactos do Rota 2030 e apoio às empresas para investimentos em PD&I
Como a política nacional de ciência, tecnologia e inovação tem estimulado a inovação no Brasil? Para tratar deste assunto, Leonardo Tavares – gerente de inovação da ABGI, disse que estão estimados 1 bilhão em investimentos até 2023 pelos programas e projetos prioritários do Rota 2030.
Atualmente o Rota 2030 possui 212 projetos aprovados, 856 milhões captados, 769 empresas com projetos de PD&I, 509 milhões de projetos contratados e 293 milhões de recursos aportados. Este volume de recursos aportados depende das linhas de P&D de cada coordenadora e varia de acordo com a estratégia de cada coordenadora do programa, das empresas, e das linhas de pesquisa do Rota.
Painel reúne empresas e academia para discutir a inovação do setor automotivo
“Conectar os principais atores do setor automotivo, sobretudo as indústrias e os centros de pesquisa”. A Coordenadora de Programas da Fundep, Ana Eliza Braga, iniciou a mediação do painel destacando a importância das conexões estratégicas para estimular desenvolvimento das empresas em busca de resultados mais efetivos.
Para compor a mesa de discussão, estiveram presentes Fernando de Oliveira Junior – Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento em Sistemas Powertrain da Bosch; Gustavo Bicalho – Supervisor de programas de incentivo à P&D e Regulatory Compliance da Stellantis; Artur Ornellas – Diretor comercial da Voa Ferramentaria; e a Profa. Vânya Pasa – professora do Departamento de Química da UFMG e coordenadora do laboratório de ensaios de combustíveis.
Neste momento, destacou-se a capacitação dos profissionais para melhorar a produtividade das empresas, as necessidades de implementação de tecnologias e automatização de processos, e como o programa Rota 2030 têm contribuído para a transição e evolução para a Indústria 4.0.
Salas temáticas :
Descomissionamento de veículos: “Do uso ao túmulo”
Quais são os desafios e oportunidades para o descomissionamento dos veiculos? Thiago Gomes – Especialista em Serviços Tecnológicos do Instituto Firjan SENAI de Tecnologia Química e Meio Ambiente, comentou sobre a necessidade de desenvolver um modelo ambientalmente correto e tecnicamente viável para a gestão de materiais de veículos no fim de vida, sendo eles recicláveis ou não. Dentro deste cenário, é preciso entender para onde os veículos são destinados atualmente e os impactos gerados pelo destino final inadequado.
NMOG+NOx: Redução de emissões veiculares de compostos orgânicos voláteis nos sistemas evaporativos.
O Brasil é pioneiro no uso do etanol em larga escala na mobilidade, e desde o lançamento do veículo flex, mais de 500 milhões de toneladas de CO2 já foram evitadas. Para Marcos Palasio – Coordenador da Comissão Técnica de Eficiência Energética da AEA, no contexto climático global, o etanol assume papel chave para a descarbonização da mobilidade do futuro e a proposta de trabalho elaborada pela AEA tem como objetivo o aprofundamento do conhecimento acerca do impacto do uso etanol na qualidade do ar dos grandes centros.
Baterias: Rotas tecnológicas
Marcos Berton – Representante do Grupo de Trabalho de Baterias do Made in Brasil Integrado – MiBI e Gerente de Tecnologia e Inovação do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica do Paraná, apresentou dados sobre o consumo de baterias de íon de lítio com base na capacidade produtiva das fábricas globais, e as etapas do processos e fabricação
Projeto aprovado no Rota 2030 faz exposição de veículos
Os participantes também tiveram a oportunidade de conferir a exposição de dois veículos desenvolvidos pelo projeto SegurAuto e realizar uma volta pelo campus da UFMG para conhecer todo processo de instrumentação e aquisição de dados. O projeto é uma iniciativa em rede com o envolvimento de diversos parceiros. A coordenação geral é da Universidade de São Paulo (USP), com a participação de outras três ICTs, seis montadoras e duas empresas do setor automotivo. A etapa de mapeamento da malha viária é desenvolvida pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
De acordo com Lucas Reksua, Líder Técnico do GSA (Grupo de Sistemas Automotivos) da equipe do SegurAuto da UTFPR de Ponta Grossa, “o Enacoop foi uma grande oportunidade para apresentar um pouco o que fazemos e podemos fazer dentro do programa Rota 2030. Criamos contatos, discussões sobre a evolução automotiva no Brasil e várias oportunidades para projetos futuros. Esperamos que dentro de pouco tempo, nossas soluções e contribuições estejam em novos veículos no mercado brasileiro e também com o auxílio delas poderemos contribuir para as normas reguladoras das funções ADAS (Advanced Driver Assistence System). Assim como outros grandes projetos de outras linhas do programa com certeza contribuirão para a indústria automotiva do Brasil”.